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Emerson Luis. Esporte: Até quando?

Desde a abertura, em 26 de maio, tenho assistido a saga dos times de Blumenau na Série B.

Representantes da quarta cidade mais rica do estado (R$ 20,5 bilhões) que jogam em outras cidades.

Estamos atrás de Florianópolis (R$ 23,5 bilhões), Joinville (R$ 45 bilhões) e Itajaí (R$ 47,7 bilhões).

Para efeito de curiosidade, Rio do Sul, sede do Santa Catarina Clube, ocupa o 21º lugar (3,6 bilhões).

Blumenau é o 56º município mais rico do país. Foto: Reprodução/Internet

As cifras só aumentam nossa indignação.

Nunca é demais lembrar que o vexame já afeta o futebol profissional desde 2020.

São cinco anos se humilhando.

Vivendo de favor.

Pagando para jogar.

Metropolitano e Blumenau na estreia da segunda divisão em Ibirama. Foto: Richard Ferrari

E um dos fatores que podem ser determinantes para que o objetivo (acesso) não seja alcançado é justamente a falta de identificação, de visibilidade e retorno do projeto.

O impacto (prejuízo) explode na contabilidade.

Afinal, as receitas nas bilheterias são irrisórias.

E as despesas, altíssimas.

Disputa de bola no estádio da Baixada. Foto: Richard Ferrari

Vira e mexe dou uma espiada no Boletim Financeiro dos jogos.

Está tudo lá no site http://www.fcf.com.br.

Me assusto sempre com o caminhão de taxas e impostos.

Um exemplo foi Metropolitano e Blumenau, em Ibirama.

Um grande rombo, conforme mostra o borderô, no clássico que levou 399 pessoas à campo (220 pagantes).

São tantos números que você fica até meio perdido.

Por isso, agradeço ao Lucas Zanotto, diretor Financeiro do Metropolitano, que me repassou, com exatidão, todos os custos daquela partida.

Bom lembrar que o aluguel não está incluído.

Existe um acerto entre as diretorias.

O Metrô construiu um campo novo, de Série A, com todas as exigências atendidas.

Que deve ser usado pelo Atlético Hermann Aichinger, em 2025, na Série C.

Como contrapartida não há cobrança pelo espaço.

Estádio Genésio Ayres Marquetti em Ibirama. Foto: Reprodução/Internet

Os acordos entre clubes e empresas são parecidos.

O Fluminense de Joinville cede todos os dias ao BEC, campo para treinamentos, alojamento e alimentação.

Toda a estrutura fica no seu estádio, no bairro Itaum.

Tem um empresário que paga também (a maior parte) salários de jogadores e comissão técnica.

Treino durante a semana no estádio do Fluminense. Foto: Reprodução/BEC

Gastos com aluguel de estádio, viagens, refeições, encargos de um jogo, inscrição e transferência de atletas são de responsabilidade da diretoria tricolor – do investidor, na verdade.

Blumenau vem de derrota para o Camboriú por 2 x 1 em Balneário Camboriú. Foto: Reprodução/BEC

No confronto contra o Atlético Catarinense, 142 pessoas (76 pagantes) estiveram em Jaraguá do Sul.

Blumenau e Atlético Catarinense em Jaraguá do Sul. Foto: Richard Ferrari

A ré foi de quase R$ 4 mil como aponta a contabilidade da FCF.

Adicione os R$ 5 mil de aluguel do Estádio João Marcatto.

E mais um pacote de gastos para organizar o evento.

Não consegui um extrato completo do Blumenau.

No entanto, por baixo, no geral, o saldo devedor foi de aproximadamente R$ 20 mil.

Estádio João Marcatto. Foto: Reprodução/Internet

O Metropolitano tem um Centro de Treinamentos que, apesar de ainda não estar concluído, tem uma grande importância no dia a dia.

CT no bairro Fidélis existe há 10 anos. Foto: CA Metropolitano

Isso também vale para os gramados da Associação Altona e do Atlético Itoupava.

Dois grandes parceiros.

Treino do Metropolitano na Associação Altona. Foto: Reprodução/Internet

A desvantagem é que todas as faturas do CT (café da manhã, almoço, jantar, lavanderia, água, energia elétrica, telefone, internet) ficam com o Metrô.

Bem como toda a logística que envolve treinos e jogos.

Um dos quartos do CT Romeu Georg. Foto: Reprodução/CA Metropolitano

Cabe à Mais Sports Brazil (e outros empresários da bola) pagar o salário de jogadores e da comissão técnica.

No fim, as maiores despesas são dos clubes.

Capitão Roger Bernardo antes do empate em 0 x 0 com o Juventus em Jaraguá do Sul. Foto: Richard Ferrari

Que não encontraram (ou não concordaram) outra maneira de fazer futebol.

Se continuar jogando longe do Sesi, sem o apoio da comunidade e dos patrocinadores locais, não sei se alguém aguenta mais um ano.

Praticamente impossível sobreviver.

Inviável.

Um saco sem fundo.

Que só aumenta as dívidas.

Estreia do Santa Catarina foi contra o Atlético Tubarão. Foto: Rolf Junior/Santa Catarina

Apenas três times não ficaram no vermelho nos dois jogos como mandantes.

Juventus 3 x 2 Caravaggio em Jaraguá do Sul. Foto: Fabrício Júnior

Santa Catarina.

Juventus.

E Atlético Tubarão.

Não por coincidência todos jogam em casa.

Atlético Tubarão 0 x 0 Metropolitano no Domingos Silveira Gonzales. Foto: Rodolfo May

A mobilização maior acontece em Rio do Sul.

Se reflete na arrecadação.

Santa venceu os dois jogos em casa. Foto: Rolf Junior/Santa Catarina

Na primeira partida foram ao Estádio Alfredo João Krieck 1513 expectadores – 1097 pagantes.

Sobrou R$ 8 mil, como aponta o relatório.

Mais um exemplo de como o futebol é caro.

Santa Catarina e Guarani no Estádio Alfredão. Foto: Rolf Junior/Santa Catarina

Diante do Guarani houve uma melhora significativa.

De público – 1661 presentes (1170 pagantes).

E sobretudo de renda – lucro de quase R$ 16 mil.

Os detalhes estão aqui.

Projeto começou a ganhar força ano passado. Foto: Rolf Junior/Santa Catarina

Planejamento, estrutura e identificação (o Santa também atua em parceria com o Suzano SP e com agentes, porém tem gente da cidade e do estado envolvidos no projeto).

O Alto Vale abraçou a equipe.

Estádio Municipal Alfredo João Krieck. Foto: Reprodução/Santa Catarina Clube

Só um desastre tira uma das duas vagas para a Série A do ano que vem.

Emerson Luis é jornalista. Completou sua graduação em 2009 no Ibes/Sociesc. Trabalha com comunicação desde 1990 quando começou na função de repórter/setorista na Rádio Unisul – atual CBN. Atualmente é apresentador, repórter, produtor e editor de esportes do Balanço Geral da NDTV Blumenau. Na mesma emissora filiada à TV Record, ainda exerce a função de comentarista, no programa Clube da Bola, exibido todos os sábados, das 13h30 às 15h. Também é boleiro na Patota 5ª Tentativa.   

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